O Equador sempre me pareceu um daqueles países subestimados nos roteiros da América do Sul.
Quando decidi fazer esse mochilão, o plano era simples: ver de perto o que esse país compacto tinha a oferecer.
No fim, foram 18 dias entre cidades coloniais, trilhas de altitude, selva amazônica e muito transporte terrestre.
Um percurso que alternou o frio seco das montanhas com o calor úmido da floresta e que, acima de tudo, me mostrou um país tão diverso quanto surpreendente.
Dia 1 – Saída do Brasil
Data: 29 e 30 de abril de 2025
O clássico voo com 11 horas de duração ao todo, fatiado por uma escala longa no Panamá serviu como aquele limbo entre o mundo conhecido e o que estava por vir. Já ali, no aeroporto, senti o peso bom da expectativa.
Dias 2 a 4 – Quito
Datas: 30 de abril a 2 de maio de 2025 (3 dias)
Chegar em Quito foi como pousar direto no passado e em 2.800 metros de altitude. Fiquei no Blue House Hostel, na região de La Mariscal. Ambiente tranquilo, mas sem grandes laços.
No primeiro dia, caminhei pelo Parque El Ejido e explorei o centro histórico: Plaza Grande, Basílica del Voto Nacional, Iglesia El Sagrario, La Compañía, San Francisco.
Também tentamos subir ao Panecillo, mas alertas de segurança nos desviaram até o Instituto Yavirac, que ofereceu uma vista inesperadamente linda.
O segundo dia começou nublado no teleférico de Quito — sem vista, só brumas. Mas valeu pela altitude e pelo simbolismo. Fechamos com uma passada leve por La Ronda.
Dias 5 e 6 – Tena
Datas: 3 e 4 de maio de 2025 (2 dias)
Em Tena, o clima mudou junto com o cenário.
A Amazônia equatoriana me recebeu com “calor”, verde e um certo caos amável.
Do deck de observação à Catedral Antigua, passando pelo Monumento aos Povos Originários, tudo parecia bem diferente do que havia encontrado em Quito.
No segundo dia, fizemos a trilha até El Gran Cañón. Exaustiva, mas recompensadora. E bota recompensadora nisso. Talvez tenha sido um dos pontos altos de toda a vidagem.
Dia 7 – Puerto Misahuallí
Data: 5 de maio de 2025 (1 dia)
Choveu, claro.
Mas seguimos para Puerto Misahuallí, onde os macacos locais dominam a praçae são um dos mais famosos “pontos turísticos”.
Visitamos a Comunidad Ayllu Awarina, que pode ser interessante para quem nunca teve uma experiência de conhecer um pouco mais de perto da cultura indígena, embora com custo-benefício questionável. Particularmente, não gostei muito porque meses atrás eu tinha ido em algo parecido em Manaus.
Fechei o dia com o Parque La Isla, em Tena: gratuito e charmosinho. Tem até uma anta simpática dando boas-vindas para quem chega.
Dias 8 a 10 – Baños
Datas: 6 a 8 de maio de 2025 (3 dias)
Baños de Agua Santa é uma cidadezinha com alma de aventura.
Assim que cheguei na cidade, meu amigo e eu fomos encarar a trilha que leva ao Mirador Bellavista e depois ao balanço do Fantasías de Volar (não paguei por este último, mas a vista valeu).
No segundo dia, fiz a Ruta de Las Cascadas de bike: Agoyán, Ulba, Manto de la Novia e o épico Pailón del Diablo. Um passeio muito divertido, um pouco cansativo, mas com uma recompensa sensacional.
No terceiro, me rendi ao rafting, com medo, gritos e gargalhadas na medida certa.
Dias 11 e 12 – Latacunga e os arredores: Cotopaxi e Quilotoa
Datas: 9 a 11 de maio de 2025 (3 dias)
Latacunga, em si, me deixou sem muito o que falar sobre ela. Achei bem “sem graça”, “sem vida”.
Mas, a cidade serviu bem como base para outras atrações.
O Cotopaxi, apesar da frustração climática, impressiona. Mesmo sem alcançar o glaciar, o refúgio José Rivas já entrega imponência e chegar até lá dentro das condições que tinhamos naquele momento foi bem “interessante”.
No dia seguinte, Quilotoa. Que lagoa, que cores, que silêncio!
A descida até a água é tranquila, mas a subida exige pulmões de ferro. Mas nada supera o sentimento de estar dentro da cratera de um vulcão adormecido.
Dias 13 a 15 – Cuenca
Datas: 12 a 14 de maio de 2025 (3 dias)
Cuenca tem algo de encantamento europeu no meio da América Latina.
Caminhar pela Calle Larga, explorar o Mercado 10 de Agosto, ver o pôr do sol do Mirador de Turi e visitar suas muitas igrejas e museus foi como desacelerar na medida certa depois de alguns dias de dias corridos.
Destaque pro Pumapungo: museu + ruínas = mergulho profundo na história local.
Dia 16 – Parque Nacional Cajas
Data: 14 de maio de 2025 (1 dia)
Frio, altitude e beleza bruta.
O Parque Cajas é diferente de tudo. Laguna Toreadora e o Bosque de Polylepis parecem saídos de um conto andino ancestral.
Cenário de filme.
Dia 17 – Guayaquil
Data: 16 de maio de 2025 (1 dia)
Guayaquil chegou com fama ruim e coração fechado.
Mas uma tarde no Malecón 2000 suavizou o julgamento. Rio, calor e comida boa.
Nada épico, mas nada de ruim como eu imaginava.
Dia 18 – Volta para casa
Data: 17 de maio de 2025
Aeroporto do Panamá, depois Brasil. Mochila mais pesada de lembranças do que de roupas.
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